Enxaqueca: uma doença muito mais comum do se imagina
- karlladfl
- 22 de jun. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de fev. de 2024

As crises de enxaqueca muitas vezes são confundidas como uma simples dor de cabeça e acabam não recebendo a atenção e tratamentos necessários.
A enxaqueca, ou migrânea, é um dos tipos de dor de cabeça mais comuns, e é motivo de grande procura do pronto socorro ou de uma consulta com um neurologista.
Estima-se que até 20 % da população sofra com enxaqueca, sendo mais frequente em mulheres.
Pode acontecer em qualquer idade, mas se manifesta de forma mais frequente em adolescentes e adultos jovens.
Como identificar a enxaqueca?
Nem sempre os sintomas são típicos, mas um médico neurologista consegue reconhecer pelo seus sintomas.
As características da enxaqueca são:
Dor unilateral
Dor Pulsátil
Dor moderada ou forte intensidade
Náuseas e/ou vômitos
Piora com atividade física rotineira (por exemplo, caminhando ou subir degraus);
Sensibilidade à luz, sons e cheiros
Duração prolongada, de 4 a 72 horas
O que significa a aura?
Parte dos pacientes podem ter o que chamamos de Aura, um conjunto de sintomas/sensações que ocorrem geralmente antes da dor de cabeça, ocorrem de forma progressiva ( e não súbita) e duram menos de 60 minutos.
A mais comum é a aura visual ( 90% dos casos): flashes de luz ou imagens brilhantes em ziguezague, seguida da aura sensitiva: formigamento ou dormência progressivos em uma região do corpo.
Gatilhos – fatores desencadeantes de crises
Os gatilhos são estímulos capazes de determinar o surgimento de uma crise de enxaqueca e é importante conhecê-los para evitá-los.
Existem também vários fatores que podem desencadear ou piorar uma crise, que variam de pessoa para pessoa, como:
Estresse
Ansiedade
Jejum prolongado
Poucas horas de sono ou sono prolongado
Mudanças hormonais nas mulheres;
Exposição a luminosidade intensa, sons altos ou cheiros fortes
Mudanças repentinas no clima ou ambiente
Esforço físico
Cigarro
Cafeína ou abstinência de cafeína ( para quem consome muito café diariamente)
Uso excessivo de medicamentos para dor
A maioria das pessoas com a patologia tem histórico familiar. A doença pode estar relacionada ainda a outras condições médicas, como depressão e ansiedade.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é realizado a partir da análise do histórico de saúde do paciente e identificação dos sintomas característicos, associado ao exame clínico cefaliátrico. Em alguns casos é necessário a realização de exames de imagem do cérebro e vasos cranianos para afastar outras doenças.
É possível evitar as crises?
Sim. A identificação de possíveis fatores desencadeantes das crises é fundamental para obter um melhor controle da doença. Além disso, os pacientes podem tomar alguns cuidados:
Distribuir adequadamente a carga de trabalho, evitando acúmulo no escritório e o estresse de levar trabalho para casa;
Evitar estender o sono além do horário usual de acordar;
Evitar fadiga excessiva;
Hábitos de vida saudáveis;
Fazer as refeições em horários regulares e não pular refeições;
Eliminar os alimentos identificados como desencadeantes das crises;
Reduzir a ingestão de cafeína;
Evitar o uso de analgésicos sem supervisão médica;
Evitar exposição a luzes, ruídos e cheiros fortes;
Como as enxaquecas são tratadas?
A enxaqueca não é apenas uma dor de cabeça comum. Seu tratamento pode ser iniciado nas fases anteriores à apresentação da dor. Não há cura para a enfermidade, mas a terapia alivia os sintomas e pode prevenir crises.
O tratamento pode ser baseado em medicações apenas para alívio da dor e/ou medicações para profilaxia, com objetivo de prevenir as crises.
Diferentes tipos de medicamentos podem aliviar os sintomas durante uma crise. Quanto mais cedo o remédio for utilizado, mais eficaz ele será. Algumas medicações para alívio da dor são analgésicos comuns, anti inflamatórios, antieméticos e triptanos. A substância mais adequada deverá ser prescrita por um médico neurologista.
Já para a profilaxia das crises, as medicações são utilizadas de forma contínua e há uma vasta opção de medicações como beta bloqueadores, alguns antidepressivos e anticonvulsivantes. A escolha da medicação deve ser individualizada para cada paciente, de acordo com seu perfil.
Os pacientes também podem se beneficiar também de procedimentos como infiltração de anestésico local e toxina botulínica.
Medicações injetáveis como anticorpos monoclonais também são uma opção de tratamento.
A Dra. Karlla Lima diagnostica e trata enxaqueca. Agende a sua consulta para tirar dúvidas e discutir opções de tratamentos.